Depois do camarote presidencial do Coliseu, Jared Leto assentou arraiais nas bancadas do Atlântico. Mais uma noite de glória para os 30 Seconds To Mars em Portugal.
O cenário no exterior do Pavilhão Atlântico, em Lisboa, cerca de uma hora antes de o concerto começar, não era dos mais animadores. Em vez dos magotes de gente que habitualmente circulam nas imediações da maior sala de espectáculos da capital, em dia de concerto, apenas umas dezenas de fãs dos 30 Seconds To Mars se avistavam. A razão era simples: a esmagadora maioria dos espectadores encontrava-se já no interior da sala, assistindo com atenção à prestação dos portugueses F.E.V.E.R. na primeira parte.
Com o palco «deslocado» de forma a reduzir a lotação da sala a dois terços do limite máximo, o Pavilhão Atlântico esteve, ainda assim, longe de encher. A plateia ter-se-á ficado pela metade, as bancadas idem – mas nem por isso a recepção aos 30 Seconds To Mars, que ainda em Fevereiro haviam actuado em Lisboa, foi mais fria. Jared Leto – que, a avaliar pela loucura que causa nas fãs, acabou por atingir o estatuto de «pin-up» não como actor, mas como cantor – já o dissera e voltou a repeti-lo: Portugal deixou na banda uma impressão tão forte que esta segunda data era obrigatória. E no final da noite de ontem, o vocalista, que não se cansa de partilhar o que lhe vai na alma com os seus acólitos, já admitia não se importar nada de voltar a tocar por cá «daqui a mais dois meses».
A celebração começou pouco depois das 21h, com o véu branco que pendia do tecto a cair, de forma abrupta, revelando toda a banda – Tomo Milicevic na guitarra, Tim Kelleher no baixo e Shannon Leto na bateria – nas suas posições. As espectadoras das primeiras filas, que já haviam adivinhado a silhueta de Jared Leto à transparência, deram então início a um «festival» de gritos emocionados que se manteriam ao longo de toda a noite.
Todo vestido de branco, Jared Leto faz por merecer a atenção de que é alvo: aborda a plateia constantemente, quer seja para pedir palmas, saltos ou gritos; lembra a toda a hora o quão feliz se sente por estar em Portugal; rodopia sobre si mesmo, aproxima-se perigosamente do público, devolve-lhe as rosas vermelhas que lhe são atiradas. No fundo, é coerente com a música dos 30 Seconds To Mars que, prenha de refrões explosivos e períodos de tensa calmaria, convida à partilha emocional.
O arranque do concerto, com o mais recente single «A Beautiful Lie», é bombástico e conduz à histeria nas primeiras filas. Pouco depois, «From Yesterday», outro dos maiores êxitos do segundo disco dos 30 Seconds To Mars, mostra como os fãs trazem as letras na ponta da língua e é entoado, do princípio ao fim, de forma certeira e ensurdecedora.
Jared Leto, já o dissemos, é o tipo de «frontman» que agrada ao público português – e, em boa verdade, a qualquer público que goste de sentir-se «especial». Durante «The Story», já traz a bandeira portuguesa pelas costas, à semelhança do que fizera no concerto do Coliseu; em «The Kill», começa por sentir o pulso ao público para eventualmente deixar que ele se lhe substitua na catártica cantoria. Em resumo, Jared Leto não larga, nunca, a mão da plateia que, vaidosa de tanto ser cortejada, não tem outro remédio se não prostrar-se a seus pés.
«Attack», primeiro tema de A Beautiful Lie , marcou o fim do alinhamento regular. Seguir-se-ia um caricato encore de Jared Leto a solo... numa das bancadas do Atlântico, onde surgiu sem aviso, rodeado de meia dúzia de seguranças. Para desespero do clube de fãs espanhol que, no exacto oposto da sala, rogava à banda «cross the border», o americano interpretou «Was It A Dream» e «Modern Myth» à guitarra acústica, aproveitando o momento de maior «intimidade» para voltar a garantir o quão confortável se sentira a tocar em Portugal no passado mês de Fevereiro – espectáculo esse onde, ao invés das bancadas, tomou de assalto o camarote presidencial do coliseu.
A despedida oficial aconteceu já em palco e com toda a banda a tocar, com doses apreciáveis de fúria, «Fallen», do primeiro álbum do grupo, e «The Fantasy». Antes, Jared Leto, mais do que vocalista, o verdadeiro relações públicas do quarteto, quis salientar «o respeito e o amor» que sente pelos fãs que, mais do que compradores dos seus discos, são «como família». Mais do que possível, um novo regresso a Portugal será, assim, provável.
fonte: Blitz
O cenário no exterior do Pavilhão Atlântico, em Lisboa, cerca de uma hora antes de o concerto começar, não era dos mais animadores. Em vez dos magotes de gente que habitualmente circulam nas imediações da maior sala de espectáculos da capital, em dia de concerto, apenas umas dezenas de fãs dos 30 Seconds To Mars se avistavam. A razão era simples: a esmagadora maioria dos espectadores encontrava-se já no interior da sala, assistindo com atenção à prestação dos portugueses F.E.V.E.R. na primeira parte.
Com o palco «deslocado» de forma a reduzir a lotação da sala a dois terços do limite máximo, o Pavilhão Atlântico esteve, ainda assim, longe de encher. A plateia ter-se-á ficado pela metade, as bancadas idem – mas nem por isso a recepção aos 30 Seconds To Mars, que ainda em Fevereiro haviam actuado em Lisboa, foi mais fria. Jared Leto – que, a avaliar pela loucura que causa nas fãs, acabou por atingir o estatuto de «pin-up» não como actor, mas como cantor – já o dissera e voltou a repeti-lo: Portugal deixou na banda uma impressão tão forte que esta segunda data era obrigatória. E no final da noite de ontem, o vocalista, que não se cansa de partilhar o que lhe vai na alma com os seus acólitos, já admitia não se importar nada de voltar a tocar por cá «daqui a mais dois meses».
A celebração começou pouco depois das 21h, com o véu branco que pendia do tecto a cair, de forma abrupta, revelando toda a banda – Tomo Milicevic na guitarra, Tim Kelleher no baixo e Shannon Leto na bateria – nas suas posições. As espectadoras das primeiras filas, que já haviam adivinhado a silhueta de Jared Leto à transparência, deram então início a um «festival» de gritos emocionados que se manteriam ao longo de toda a noite.
Todo vestido de branco, Jared Leto faz por merecer a atenção de que é alvo: aborda a plateia constantemente, quer seja para pedir palmas, saltos ou gritos; lembra a toda a hora o quão feliz se sente por estar em Portugal; rodopia sobre si mesmo, aproxima-se perigosamente do público, devolve-lhe as rosas vermelhas que lhe são atiradas. No fundo, é coerente com a música dos 30 Seconds To Mars que, prenha de refrões explosivos e períodos de tensa calmaria, convida à partilha emocional.
O arranque do concerto, com o mais recente single «A Beautiful Lie», é bombástico e conduz à histeria nas primeiras filas. Pouco depois, «From Yesterday», outro dos maiores êxitos do segundo disco dos 30 Seconds To Mars, mostra como os fãs trazem as letras na ponta da língua e é entoado, do princípio ao fim, de forma certeira e ensurdecedora.
Jared Leto, já o dissemos, é o tipo de «frontman» que agrada ao público português – e, em boa verdade, a qualquer público que goste de sentir-se «especial». Durante «The Story», já traz a bandeira portuguesa pelas costas, à semelhança do que fizera no concerto do Coliseu; em «The Kill», começa por sentir o pulso ao público para eventualmente deixar que ele se lhe substitua na catártica cantoria. Em resumo, Jared Leto não larga, nunca, a mão da plateia que, vaidosa de tanto ser cortejada, não tem outro remédio se não prostrar-se a seus pés.
«Attack», primeiro tema de A Beautiful Lie , marcou o fim do alinhamento regular. Seguir-se-ia um caricato encore de Jared Leto a solo... numa das bancadas do Atlântico, onde surgiu sem aviso, rodeado de meia dúzia de seguranças. Para desespero do clube de fãs espanhol que, no exacto oposto da sala, rogava à banda «cross the border», o americano interpretou «Was It A Dream» e «Modern Myth» à guitarra acústica, aproveitando o momento de maior «intimidade» para voltar a garantir o quão confortável se sentira a tocar em Portugal no passado mês de Fevereiro – espectáculo esse onde, ao invés das bancadas, tomou de assalto o camarote presidencial do coliseu.
A despedida oficial aconteceu já em palco e com toda a banda a tocar, com doses apreciáveis de fúria, «Fallen», do primeiro álbum do grupo, e «The Fantasy». Antes, Jared Leto, mais do que vocalista, o verdadeiro relações públicas do quarteto, quis salientar «o respeito e o amor» que sente pelos fãs que, mais do que compradores dos seus discos, são «como família». Mais do que possível, um novo regresso a Portugal será, assim, provável.
fonte: Blitz